[...] As fábricas de produzir “o ouro branco” trouxeram consigo a escravidão, o latifúndio e a concentração da riqueza. Carlos Eduardo Nicolette conduz seu estudo para compreender como se deu a montagem do complexo açucareiro em Campinas. [...] Sua investigação permitiu, por meio do cruzamento de informações, visualizar a trajetória e a organização das unidades açucareiras, número de trabalhadores, a produção, quantidades e tipos de mercadorias produzidas e os respectivos proprietários e suas famílias. Dessa forma, o autor identificou quem foram os “sujeitos” que montaram os engenhos e os partidos de cana-de-açúcar (apenas lavradores de cana sem engenho, partidistas) na última década do século XVIII até 1818, na vila de São Carlos. Nicolette faz avançar o conhecimento sobre a fase de implantação da economia açucareira em Campinas e aponta os seus primeiros passos na direção da acumulação de cabedais e da consolidação de uma estrutura fundiária marcada pela concentração da riqueza.
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