Nesta obra que se tornou referência dos estudos culturais, Stephen Kern parte de uma hipótese simples: as transformações tecnológicas ocorridas entre 1880 e 1918 estabeleceram novas formas de compreender e vivenciar o tempo e o espaço, desencadeando profundas mudanças sociais.
Para comprovar a hipótese, o historiador apresenta em detalhes o nexo entre o surgimento de tecnologias específicas e a ruptura de formas convencionais na arte, na ciência e na filosofia. Kern não se limita a descrever e relacionar os impactos sociais de inovações como o telefone, a eletricidade, a bicicleta, o avião, o raio x, o cinema, os arranha-céus, a hora-padrão. A singularidade da sua interpretação consiste em mostrar a maneira pela qual essas invenções se fizeram presentes na poesia simultânea, no romance de fluxo de consciência, na psicanálise, nas filosofias da vida de Nietzsche e Bergson, no cubismo de Picasso e Braque ou na Teoria da Relatividade de Einstein.
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